A PARTICIPAÇÃO DOS “METAIS” NO CONJUNTO

Vale a pena saber como as coisas aconteciam! Pelo meu gosto pessoal, desejava que nosso conjunto sempre tivesse instrumentos de sopro, como piston, saxofone e trombone. Mas em Fortaleza era muito difícil conseguir músicos jovens, mais ou menos de nosso nível musical, para ingressar no Big Brasa. Quando precisávamos dos “metais” para ocasiões específicas, a saída mesmo era contratar o pessoal da “velha guarda”, músicos veteranos, quase sempre das bandas de música da Polícia Militar e da Base Aérea de Fortaleza. Apesar disso tivemos muitos períodos de sonoridade excelente, com a participação de “metais”.

O Conjunto Big Brasa teve por algumas vezes bons saxofonistas. O nosso saudoso Barretinho, ex-integrante do grupo “Os Rataplans”, foi o primeiro a participar do Big Brasa. De início, teve que nos ensinar várias músicas nas quais a presença do saxofone era fundamental, de modo a incrementar nosso som. Esteve no conjunto por uma curta temporada, mas nos transmitiu muito de sua experiência e enriqueceu nosso repertório com sua participação. Muito animado, contagiava todo o grupo e fazia coreografias enquanto tocava seu saxofone.

Mais tarde tivemos outros saxofonistas como o Cefas, Silvino, Assis, Zezinho e Messias. Todos contribuíram muito para a diversidade de nosso repertório e sua ajuda foi imprescindível, de modo especial nas festas realizadas no interior do Estado, onde sempre tem que sair um forró, um “Saxofone por que choras” ou outras músicas desse gênero.

Entretanto a presença de metais no conjunto foi marcante com a chegada do pistonista Airton França e posteriormente do Mairton Vitor (in memoriam), oriundos da Banda do Colégio Pia Marta. Ambos excelentes músicos, que abrilhantaram e muito enriqueceram o repertório do Conjunto. Com sua experiência de arranjos com metais, principalmente no que se refere aos duetos que faziam, a sonoridade do conjunto mudou completamente e para melhor. Fazíamos arranjos modernos, com improvisações e participações em arranjos de rocks, bem como a execução de diversos clássicos para piston do gênero Herbert Albert.