terça-feira, 22 de agosto de 2017

INTEGRANTES E COLABORADORES DO BIG BRASA


Abaixo, em ordem alfabética, estão os músicos e colaboradores do Conjunto Musical Big Brasa, com breves comentários sobre cada um deles.
Adalberto Pereira Lima – guitarrista-base e posteriormente tecladista. Meu primo, amigo e cunhado. Teve seu ingresso no Conjunto Big Brasa a partir de 1968, quando chegou a Fortaleza para estudar, um ano depois de nossa estada em Balsas, na época uma pequena cidade do sul do Maranhão. Preparou-se para ingressar no conjunto, aprendendo violão. Ao chegar, logo assumiu a função de guitarrista-base. Após algum tempo, em vista da necessidade do próprio conjunto em razão da falta de tecladistas passou a tocar órgão eletrônico, instrumento que aprendeu rapidamente e bem desempenhou a função. O Adalberto fez parte da espinha dorsal do conjunto por muito tempo. Além de tocar no conjunto, dirigia com grande habilidade, dividindo comigo a responsabilidade de levar e trazer “numa boa” todo o grupo para as viagens que fazíamos. Passamos por inúmeras situações difíceis, ao volante, mas graças a Deus sempre nos saímos bem. Viria a se formar em Agronomia e foi professor de Química e Biologia na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).


 Airton França - “Torinha” - pistonista. Chegou ao Big Brasa com bastante experiência musical, visto que tinha integrado outros conjuntos musicais e também estudado música na Banda do Colégio Pia Marta, liderado pelo padre Luiz Rebufinni. Foi apresentado ao conjunto pelo Adalberto, que o conheceu na Universidade Federal do Ceará (UFC). Possuidor de um sopro muito forte ele conseguia ótima sonoridade no piston e tinha boa capacidade para os arranjos. A sua atuação agradou tanto a todos nas apresentações que fez com o Conjunto Big Brasa. Apesar de possuir experiências musicais anteriormente, sempre respeitou o princípio de liderança de minha parte em relação ao grupo. No que se refere à parte musical, trouxe muito enriquecimento para nossos arranjos. O Airton, além das qualidades acima mencionadas, demonstrou seu reconhecimento pelo convívio com a nossa família e ainda hoje relembra o período em que ele esteve no Conjunto, trazendo sempre as melhores lembranças de meus saudosos pais.

Amaury Pontes - “Tijibu”. Exerceu a função de bigu algum tempo e sempre ajudou o Conjunto Big Brasa. Muitas vezes chegamos a fazer manutenções completas em nosso equipamento, preparando o material para que tudo desse certo nas tocatas. Mais tarde, enquanto ainda acompanhava o conjunto, trabalhou por algum tempo em algumas publicitárias e depois se dedicou às televisões cearenses, como cinegrafista e operador de câmera, com início pela TV Ceará (TVC), antiga TV Educativa.
Armando Telles – Excelente cantor. Gente boa, simpático e de fácil relacionamento. Participou do Big Brasa, como cantor, durante um carnaval realizado em Cascavel. Depois passou a integrar o grupo “Alta Tensão”, que chegou a gravar e a viajar até pelo exterior. Bom profissional trabalhou muitos anos com seu grupo no Pirata, antiga casa noturna muita famosa de Fortaleza, conhecida no Brasil inteiro por suas festas animadíssimas às segundas-feiras.  
Carlomagno Pereira Lima – “Carló” (in memoriam). Foi contrabaixista e vocalista do grupo. Meu primo, amigo e cunhado. Iniciou no conjunto tocando guitarra, mas fazendo o papel de contrabaixista, visto que nos primeiros meses o Conjunto Big Brasa não tinha contrabaixo. O Carló, em um breve período, exerceu também a função de cantor do conjunto. Durante sua permanência, também fez parte da chamada “espinha dorsal” do Big Brasa. Eu o considerava como um irmão. Participamos de diversos momentos da juventude juntos, vivendo praticamente as mesmas emoções. Formou-se na faculdade na Escola de Agronomia de Mossoró/RN. Posteriormente desenvolveu posteriormente projetos agrícolas em Balsas, no Maranhão.  O Carló, além dessas habilidades técnicas para eletrônica, ainda foi professor de Matemática e de Física da Universidade do Estado do Maranhão (UEMA). Entretanto, nunca parou com a música. Sempre que podia participava com seu violão e sua voz para animar os amigos. Gostava demais de uma seresta, de compor e era um amante da boemia por excelência.      
Castorino - Francisco Jorge da Silva Rodrigues – “bigu” (in memoriam). Da época em que toquei como tecladista com “Os Faraós”. O Castorino era totalmente pirado. Pequenino, usava cabelos bem longos e dançava o tempo todo no palco, fazendo trejeitos e mil palhaçadas. Certa noite, em um baile, levou um tremendo choque na mesa de luz e efeitos quando foi rearmar uma “bomba de fumaça” e a corrente elétrica ainda estava ligada aos contatos. Todos nós achamos muita graça dele. Ele também riu, mas somente depois de ter se recuperado daquela “cacetada”. Em outra oportunidade, estava tremendamente animado que na hora de jogar um pouco de “gelo seco” no palco, resolveu entrar no meio do grupo correndo, com o isopor completo, e derramou tudo de uma só vez. Uma verdadeira “figura”...
Cefas - Saxofonista. Natural de Ipaumirim, interior cearense, integrou o conjunto durante algum tempo. A princípio, tinha grande dificuldade para improvisar, e eu tive que ensinar “improvisos” para que ele os fizesse em algumas músicas. Tinha um sopro forte e eu nós o ensinamos a fazer pequenos improvisos, tendo em vista que ele anteriormente só tocava através de partituras.

César Barreto - Guitarrista-base e principal vocalista do excelente conjunto musical “Os Rataplans”, que marcou presença acentuada em Fortaleza nos Anos Dourados. Meu grande amigo desde a infância, posso afirmar até mesmo que temos vínculos familiares. O César me transmitiu vários ensinamentos musicais, com toda a sua simplicidade, sobre os primeiros passos na música, a partir da estreia do Conjunto Big Brasa. Participamos de diversos eventos musicais, tanto em Fortaleza e no interior cearense, quanto em outros Estados. Além de ser um músico de primeira categoria, o César também é compositor, com quatro ótimos discos gravados. Privilegiado por um elevado “quociente emocional”, mantém bons relacionamentos em diversas áreas de atuação. Tem participação ativa na vida cultural da cidade até hoje, na imprensa escrita, no rádio e também na televisão cearense, além de diversos projetos musicais que desenvolveu em sua carreira. Costumo dizer que o César Barreto possui uma memória realmente fantástica, pois consegue armazenar facilmente uma enorme quantidade de letras de músicas, poemas, versos, piadas e histórias de todos os tipos. Sempre manteve vários instrumentos e acessórios musicais de qualidade em sua residência, para seus ensaios, gravações e shows. Formou-se em Direito ainda na época do conjunto “Os Rataplans” e exerceu cargo importante no Tribunal de Contas do Estado. Tudo isso sem esquecer nem um minuto a música...  
José Cláudio Pereira Viana - contrabaixista. Bom músico e companheiro, sempre aplicado nos ensaios ao aprimorar suas técnicas. Acompanhou o Conjunto Big Brasa durante todos os shows da temporada do Ednardo, cantor e compositor cearense, no Maranhão e no Piauí. Sempre de boa convivência e apto a engrandecer o grupo. Participou da festa de lançamento do livro “O Big Brasa e minha vida musical” em 1999, tocando conosco. O Cláudio formou-se em Odontologia e desenvolve suas atividades profissionais em Fortaleza
David Lélis (in memoriam) - vocalista e ritmista. O David pertencia a nossa turma de amigos de Messejana. Ficou no conjunto durante alguns meses do seu primeiro ano. Antes do Big Brasa ser formado, participava ativamente das alegres serenatas para as nossas paqueras, colegas e namoradas do distrito. Possuía um repertório bem atual e também ajudava a parte rítmica com um pandeirinho. Formou-se em Medicina e residiu em São Paulo por longo tempo exercendo sua profissão.  
João Dummar Filho - guitarrista e vocalista. O nosso amigo Dummar, também excelente compositor, esteve com o Big Brasa em seu início. Chegou até a viajar para Balsas com o conjunto, naquela inesquecível temporada, e participou de muitos bailes em Fortaleza. Enriqueceu o Big Brasa não só com a sua voz, mas também com sua maneira vibrante de tocar e de cantar. O Dummar se empolgava muito quando cantava, sentindo a música e transmitindo sua vibração para todos os demais. Uma de suas características marcantes era a forte “batida” que fazia ao violão e guitarra. Muito inteligente, simples, possuidor de um carisma especial e apreciador de conversas sobre música, temas espirituais e esotéricos. Além de continuar a compor, escreveu também um livro de poesias. Atualmente, tem como sua atividade principal a Medicina e possui uma clínica em Fortaleza.
Edson Belém - guitarrista. Seu repertório tinha músicas muito animadas. Cantava, entre outras, “Cabelos Longos e Ideias Curtas” de forma especial, com expressões corporais divertidas, de vez em quando fazia como se estivesse chutando uma bola ou coisa parecida e jogava a perna para o ar.  Apesar do pouco tempo que esteve com o grupo, marcou sua presença.
Edson Girão Rios – Excelente guitarrista-base e vocalista. Grande companheiro e amigo. Excelente e criterioso músico, apreciador e conhecedor de muita harmonia musical, além de possuir um ótimo e variado repertório. Detalhista ao extremo, meticuloso.  Se um acorde qualquer não estivesse certo, inserido na hora exata, tínhamos que ensaiar tudo de novo. Às vezes até chegava a exagerar, pensávamos. Isso porque desejava fazer tudo bem feito. Sempre muito zeloso com o seu instrumento, se preocupava também com a aparência geral de todo o conjunto. Atualmente continua atuando com grande destaque na noite cearense. 
Edmundo Reis Bessa - Edir - baterista. Carinhosamente apelidado por nós de “Peito de Pombo”.  O Edir foi indicado para o conjunto em face da saída do Severino, por motivos profissionais. Sempre teve uma pegada forte na bateria e empolgava todo o grupo com sua vibração. Gostava muitos dos rocks e músicas pesadas. Em suma, o Edir veio para ficar no Big Brasa e sua adaptação ao grupo foi rápida. Excelente profissional, respeitador, amigo, topava qualquer parada. Mesmo quando tínhamos longas jornadas de festas. O Edir sempre foi um camarada muito divertido, brincava com tudo e com todos. Atualmente o Edir é comerciante, professor de Matemática e educador em Cascavel, Ceará.
Eudes - Francisco Ferreira Filho (in memoriam) - baterista. Esteve no Big Brasa cumprindo algumas funções em substituição ao nosso baterista, impossibilitado por motivo de força maior. Todas as vezes que se apresentou com o conjunto fez muito sucesso. Chamava realmente a atenção por sua agilidade e malabarismos com o seu instrumento. Excelente profissional, que infelizmente já nos deixou.
Getúlio Alberto Ribeiro da Silva – meu irmão e mascote do Big Brasa. A presença do Getúlio com seus cabelos grandes, embora ainda criança, tocando um pandeirinho, causava grande admiração por estar em um grupo da Jovem Guarda. Nos primeiros anos de existência do conjunto tinha seu próprio fã-clube. Acompanhou o Big Brasa na temporada de Caxias, Estado do Maranhão, onde fez um sucesso enorme com o público em geral e em diversos bailes realizados em Fortaleza.
João Ribeiro da Silva Neto – “Beiró” - guitarrista-solo e tecladista. Desde novo estudou música e se dedicou à profissão com todo o entusiasmo possível.  Como guitarrista-solo do conjunto sempre procurou “tirar” da guitarra todos os sons possíveis. E tentava os sons “impossíveis” com auxílio de pedais de efeitos diversos. Pelos solos, efeitos e improvisos agressivos foi considerado um dos melhores guitarristas do Norte e Nordeste, segundo comentários da imprensa local e publicações da TV Rádio e Revista. Seu objetivo: ser um músico correto, tanto com meus companheiros quanto com o público em geral. Sempre buscou o aprimoramento das técnicas musicais, procurando fazer o melhor possível dentro das possibilidades existentes. O que hoje em dia se chama de “Qualidade Total”, cujo princípio é “fazer certo da primeira vez”, por intuição, procurava empregar no Big Brasa. Formou-se em Licenciatura em Música na primeira turma do Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, quando este foi incorporado pela Universidade de Fortaleza (UECE).
João Sales Filho, o “Lennon”. Guitarrista, tecladista e cantor. Ingressou no Big Brasa através da indicação de um amigo. Em seu primeiro ensaio facilmente se adaptou ao grupo. Cantava um repertório variado, sempre com músicas de sucesso. De relacionamento fácil, o Joãozinho se integrou bem ao nosso grupo musical. Com a aquisição do primeiro órgão eletrônico, se interessou por aquele instrumento e rapidamente passou a ser nosso organista. Depois desenvolveu mais sua harmonia, acompanhando todo o repertório do Big Brasa com bastante desenvoltura.
Lurdinha - vocalista. Participou do conjunto por uns dois anos. Com sua bonita voz pudemos diversificar nosso repertório com mais sambas e forrós. Tinha muita presença em palco, possuía técnica vocal e sabia se apresentar como uma verdadeira cantora profissional.

Suas músicas sempre animavam muito os bailes. A Lurdinha fez muito sucesso nas festas tocadas pelo Big Brasa, em Fortaleza e no interior do Estado. Foi a única presença feminina em nosso grupo.


Luciano Franco - Contrabaixista. Excelente músico, profissional correto e amigo de todos. Além de tocar contrabaixo, também é um ótimo tecladista e compositor. Sempre muito calmo e alegre, fazia uma harmonia super completa. Por sua ótima percepção, além da marcação baseada nos acordes convencionais, feita no contrabaixo, às vezes conseguia fazer variações espetaculares e alcançar notas incríveis, logo incorporadas aos arranjos musicais do Big Brasa. Participou conosco de muitos bailes e de diversos programas Show do Mercantil, na TV Ceará. Ainda hoje desenvolve seu excelente trabalho autoral, tendo participado de inúmeros importantes festivais em São Paulo, com muito destaque.
Lucius Maia Araújo - contrabaixista e vocalista. Manteve seus primeiros contatos com o conjunto no Clube Recreio do Funcionário e depois no América Futebol Clube, quando cantou a música “Taxman”, dos Beatles. Com sua boa voz e inglês fluente não admitia cantar uma música em que uma só palavra estivesse em dúvida. Isto porque naquele tempo as letras das músicas quase sempre tinham que ser copiadas do próprio disco. De gosto musical refinado, escolheu músicas que enriqueceram o repertório do Big Brasa por longo tempo. Tinha excelente gosto musical, muitos discos e neles pesquisava para montar seu repertório. O Lucius reside atualmente em Brasília e mantemos bons contatos de amizade com relativa frequência.
Luiz Antônio Alencar - O “Peninha” - guitarrista-base e vocalista. Aficionado por música, em especial pelos rocks pesados dos “Rolling Stones” e pela música dos Beatles, dentre outros grupos famosos. Destacou-se no conjunto por seu repertório de músicas em inglês, as quais na maioria das vezes, o Big Brasa usava nos momentos em que os bailes estavam precisando de mais animação. Aprendeu inglês ainda cedo. A origem do apelido “Peninha”, evidentemente, foi em virtude de ser ele um pouco desastrado com os equipamentos, cabos e tudo mais. Seu ingresso no Big Brasa ocorreu durante a realização de um pequeno festival em Messejana. Ele cantou a música Penny Lane e todos nós ficamos entusiasmados no sentido de que ingressasse no conjunto. Hoje em dia é jornalista, fala diversos idiomas, se mantém sempre atualizado com a música, sendo também considerado um “Eterno Big Brasa”.
Luis Alberto Magalhães - Luisinho - vocalista e guitarrista-solo e líder do excelente conjunto musical “Os Faraós”, formado por quatro irmãos (Vicente, Antônio, Sebastião e o próprio Luis), fez muito sucesso em Fortaleza na mesma época em que existiu o Big Brasa. Participamos juntos (Big Brasa e Faraós) de vários “festivais”, motivos de intensa publicidade e repercussão em Fortaleza.  Com sua excelente voz, o Luisinho conseguia interpretar os maiores sucessos internacionais e nacionais do momento empolgando a todos. O som de sua guitarra-solo era característico, pois eu podia saber perfeitamente quando ele estava tocando, mesmo antes de entrar no clube. Sempre muito assediado por fãs, até a dissolução do seu grupo. Mais tarde um pouco nos unimos por mais ou menos três anos em uma sociedade - “Big Brasa” e “Os Faraós”, sendo nosso trabalho musical bastante reconhecido pela boa qualidade do repertório, arranjos e principalmente pelos inúmeros equipamentos e efeitos especiais que utilizávamos, sempre impressionando com novidades a todos que nos assistiam. Posteriormente iniciou sua carreira solo, obtendo merecido sucesso em Fortaleza. Atualmente o Luisinho desenvolve seu trabalho musical à frente de uma excelente grupo musical, chamado “Luisinho Magalhães e Banda”, muito solicitado para os principais eventos musicais da cidade. Mantemos as mesmas relações de amizade até hoje.  

Marcos Oriá - guitarrista-base e vocalista. Participou ativamente do conjunto durante o seu primeiro ano de existência. Colaborou também na formação de nosso primeiro repertório, sempre com sugestões musicais de bom gosto. Cantava boa parte das músicas.

Foi quem desenhou e pintou o nome “Big Brasa” em nossa primeira bateria. Viajou com o grupo na temporada de Balsas e de Teresina. O Marcos Oriá é formado em Direito. 
Mardonio - vocalista. Participou do conjunto em um período por um bom tempo. Bom cantor e se apresentava sempre muito bem. Gostava de aprender logo as músicas de sucesso e tinha a postura de um verdadeiro artista. Sempre manteve um bom relacionamento com todo o grupo.
Muito brincalhão, com seu cabelo comprido, fazia trejeitos de todos os tipos e às vezes algumas imitações em pleno palco, que as pessoas gostavam muito. Posteriormente o Mardonio continuou sua carreira artística. Chegou a trabalhar como cantor em diversas casas noturnas de São Paulo, gravou vários discos e faz até hoje sucesso em seus shows por onde passa.

Mairton Vitor dos Santos – pistonista (in memoriam). Excelente instrumentista ele contribuiu de forma valiosa para o enriquecimento musical do conjunto. Foi trazido para o Conjunto Big Brasa por seu amigo Airton França, visto que tinham tocado anteriormente em outros grupos e na banda de música do Colégio Pia Marta. Em Cascavel, durante um dos bailes carnavalescos que ali tocamos, ao entrar no clube, pouco antes do horário de iniciarmos a festa, e com uma fantasia completa de palhaço, disse para o porteiro: “O pistonista do conjunto é um verdadeiro palhaço”, ao que o cara riu muito na hora.

Posteriormente chegou a tocar em outros conjuntos musicais de Fortaleza. Com sua musicalidade, o Mairton nos deixou muitas saudades. Ele marcou presença significativa nos principais eventos musicais de Fortaleza.
José Marcílio Mendonça Ferreira - excelente músico, amigo e também conhecedor da música e suas nuances. Participou de um carnaval com o Big Brasa em Cascavel, como cantor. Como vocalista e instrumentista, por um longo período fez parte do Quinteto Agreste, grupo que conseguiu muito sucesso em Fortaleza durante sua existência. Atualmente o Marcílio é proprietário e produtor musical de um ótimo e bem sucedido estúdio de gravações digitais de Fortaleza, o “Proaudio Studio”, que possui equipamentos de gravação modernos, de última geração. Mantemos nossa amizade e contatos frequentes a respeito de música, de equipamento de gravação e compartilhamos muito de nossas experiências nas redes sociais.
Messias - saxofonista. Bom músico, de sopro forte e muita resistência. Participou de dois carnavais com o Big Brasa. Em Cascavel, durante um dos últimos bailes, quando chovia muito em toda a cidade e o clube enfrentava um verdadeiro “toró”, um de nossos pistonistas baqueou na parte final da festa. Ele ao se encontrar sozinho como instrumentista de sopro, desceu do palco repentinamente e desapareceu na multidão sem avisar nada. Como o baile ainda estava na metade, eu fiquei muito apreensivo, visto que teria que ficar o resto da noite solando as músicas no órgão juntamente com o cantor, nada agradável para uma orquestra de carnaval. Mas para minha surpresa, o Messias retornou depois, aparecendo de repente no palco, todo molhado e somente de calção. Aí eu pensei que ele tinha ficado maluco, mas não. Ele pegou o sax, nele afixou um microfone, e gesticulou para mim no sentido de que dali para frente seria com ele, ou seja, iria comandar o repertório. E assim ele foi até o final da festa.
Roberto Tavares - ritmista. Irmão do Severino, esteve no início do conjunto alguns meses. Por vezes, fazia parte da turma das serenatas.

Como percussionista, ao bongô, atuou nas primeiras apresentações do Big Brasa no Balneário Clube de Messejana e em algumas funções realizadas no interior do Estado. 

Sérgio Alves da Silva - bigu. O Sérgio, além de ter sido meu colega de infância, companheiro de jogo de futebol de botão, de campo e também de um “carteado” em nossas férias, teve longa permanência no Big Brasa. Esteve presente tanto nas funções realizadas em Fortaleza, quanto no interior do Estado. Aprendeu a controlar e a conferir todo o material do conjunto de maneira que não faltasse nada. Eram muitas caixas de som, amplificadores, cabos e acessórios diversos que não podiam faltar. Por vezes ficamos juntos até o sol raiar, para transportar nosso equipamento para casa. Inúmeras vezes o Sérgio também me ajudou a reformar e a executar manutenções periódicas nos equipamentos do conjunto, além de me auxiliar em funções musicais diversas em Fortaleza, como casamentos e recepções. Posteriormente veio a trabalhar como operador de câmera e de áudio em emissoras de televisão cearenses, tendo se destacado como cinegrafista.
Severino Tavares, “Ziglim” - baterista.  Quando nós ainda estávamos por definir qual seria o nome do conjunto, para que pudéssemos pintá-lo na bateria e fazer nossa estreia no Balneário, em uma conversa entre nós ele disse: “Big Brasa”. O pessoal se entreolhou naquele momento, porque vários nomes já tinham sido sugeridos, mas houve aprovação geral. O Severino ingressou no conjunto no seu início. Desenvolveu suas habilidades na bateria pouco a pouco e com o passar do tempo firmou-se como um baterista que tocava “para o conjunto”, isto é, talvez por não possuir muita técnica, limitava-se a fazer tudo certinho, conforme os ensaios. Uma das dificuldades de um conjunto consiste na passagem de uma música para outra. Convencionamos então um único “breque”, feito pela bateria, que daria a entrada de todas as músicas, variando apenas o andamento, a velocidade. 
Silvino – vocalista. Grande amigo de todos, brincalhão, uma figura simpática e agradável. Em seu repertório sempre apresentava diversas músicas animadas. Com seu excelente timbre de voz, gostava das músicas do Tim Maia. Participou de inúmeras apresentações com o Big Brasa, integrando posteriormente o grupo vocal “The Sangue Súgares”, de Fortaleza.
Wilson Silvino de Moura - saxofonista. Participou do Big Brasa em uma boa fase. Gente fina, simples, respeitador e amigo. Com seu saxofone tenor, sabia improvisar e tinha um sopro suave. Executava algumas músicas também como solista. Após ter deixado o conjunto prestou concurso público para a Polícia Federal, onde trabalha até hoje. Há algum tempo, eu vi uma fotografia em um jornal que mostrava alguns agentes federais que tinham feito uma grande apreensão de drogas em Tianguá. Pois o Silvino aparecia nessa foto, empunhando uma submetralhadora, numa posição característica, como se estivesse segurando o seu sax. Liguei para ele no dia seguinte e lhe mandei um recorte da tal foto, comentando o detalhe observado. Na oportunidade me disse que ainda tocava sax e que inclusive estava aperfeiçoando sua prática em teclados.  

Estes foram os músicos e colaboradores que marcaram presença no conjunto Big Brasa e em minha vida musical. Quisera eu possuir fotografias de todos, para aqui deixá-las registradas. Tenho certeza absoluta que todos guardam boas recordações do período que estivemos juntos. Dos bons e até mesmo de alguns momentos difíceis que atravessamos, visto que a nossa união por um objetivo único - a Música - é que fez o Big Brasa brilhar em Fortaleza, deixando esse nome bem guardado na memória de muitas pessoas. Foram inúmeras apresentações onde o grupo inteiro deixou sua marca de competência, de interesse e de responsabilidade pelo trabalho, dignificando e sempre honrando a profissão de músico.

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