terça-feira, 22 de agosto de 2017

OS SHOWS COM O EDNARDO


Diversas oportunidades O Conjunto Big Brasa acompanhou o Ednardo, compositor de inúmeras músicas belíssimas, dentre elas Beira-Mar e Pavão Misterioso, esta última tema de novela exibida pela Rede Globo. Ednardo era um dos componentes do chamado Pessoal do Ceará, composto também pelo Belchior, Rodger, Tetty e Jorge Mello, este último que ainda hoje mantemos contatos e está sempre conosco através das redes sociais. O Big Brasa teve a oportunidade de acompanhar todos eles, quer na televisão ou em apresentações em clubes ou em outros eventos em Fortaleza.

Com o Ednardo estivemos em dois importantes Festivais Nordestinos de Música Popular, ambos realizados em Recife, Pernambuco. Mais tarde voltaríamos a nos encontrar, quando recebemos um convite para a realização de sete apresentações. Três delas em Fortaleza, no Teatro José de Alencar e Ginásio Paulo Sarasate, duas em São Luís do Maranhão e duas em Teresina, essas últimas nos teatros locais.

Os ensaios para os shows exigiram muito esforço, porque tínhamos que deixar vinte e cinco músicas para as exibições, naturalmente com todos os arranjos bem trabalhados. O Ednardo sempre foi bem detalhista e eu também gostava de produzir os melhores efeitos nas introduções das músicas, demais arranjos e encadeamentos harmônicos para que pudesse improvisar e usar todos os recursos de efeitos de que dispunha. Passamos uma semana ensaiando muito, serviço cansativo e por demais desgastante. O importante  que tudo ficou bem caprichado. Lembro que copiei em pauta musical todas as introduções e outras passagens para que não houvesse o perigo do esquecimento durante os shows. O Ednardo, além de cantar suas músicas, usava em algumas delas umas percussões para produzir maior efeito nos arranjos e tocava viola ou violão. Toda a produção do show, ao final, ficou excelente. Preparamos cerca de trinta músicas para as apresentações.

Em todas as ocasiões, nas casas de espetáculo ou teatros, como é de praxe, nós tínhamos que instalar todo o instrumental com bastante antecedência, passar algumas músicas ou introduções, esperar que as equipes técnicas fizessem a marcação de luzes, posições, ajustes dos microfones e outros detalhes.

Lembro do show realizado em São Luís de um incidente engraçado: com poucos minutos do início minha estante musical, que não estava bem apoiada, caiu do palco e voaram as partituras todas, caindo bem na frente da primeira fila da plateia! Por sorte um dos espectadores apanhou a estante e me entregou rapidamente, de modo que deu tempo para eu organizar tudo de novo para as próximas músicas. Fiquei apreensivo naqueles instantes, porque dependia daquelas partituras onde estavam anotados detalhes dos arranjos. Ainda bem que a luz  dos refletores não estava em mim naquele momento e pouca gente deve ter notado o pequeno incidente, que poderia ter me atrapalhado.


Foi uma temporada realmente muito proveitosa. Todos adquirimos mais experiência ao trabalhar musicalmente em teatros. A acústica, a plateia, as luzes, a própria disposição do instrumental no palco, tudo era diferente do que se costuma fazer normalmente em um baile. Participaram deste grupo o Adalberto Lima (alternando entre bateria e órgão, a depender das sequencias. O Cláudio Pereira (contrabaixo) e eu, João Ribeiro, com guitarra, viola e flauta doce, também conforme os arranjos programados. 

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