Os ensaios do Big Brasa – sempre no
“Quartel General”
“Quartel General”
Durante
os ensaios, quando esses se realizavam na garagem de nossa casa, o
pessoal que passava na rua sempre parava para olhar. Hoje, passados 30
anos, de vez em quando algumas pessoas ainda associam e fazem
referências ao endereço, dizendo:
- É ali, perto do Big Brasa?
Muitas
vezes passávamos dias inteiros plenamente envolvidos com a música.
Consequentemente toda a alimentação do pessoal ficava por conta de meus
pais. Naquele tempo eu não percebia nada disso. Não porque não me
importasse, mas com certeza pela falta de experiência, natural da
juventude. Nunca tinha pelo menos imaginado o custo de um dia de ensaio
para todo mundo, em se tratando de alimentação e trabalho por parte de
todos aqueles que se envolviam, particularmente de minha mãe, que se
preocupava para não faltar nada para o grupo. Somente alguns anos depois
é que descobri que tudo aquilo devia pesar no orçamento de meus pais,
além de ser trabalhoso, pois envolvia a participação direta e indireta
de todos de casa, no desejo de atender bem e de que o conjunto se
firmasse.
Um
detalhe importante, merecedor de registro, é o fato de que os meus pais
preferiam que a turma toda se reunisse em nossa casa, nos cafés das
manhãs, depois das viagens, objetivando manter a unidade do grupo.
Muitas e muitas vezes chegamos de viagem e a mesa estava pronta, com
café, pão, bolos, suco de frutas e tudo mais que a mamãe conseguisse
preparar. Tal fato pode hoje ser analisado por dois aspectos: o da
segurança, se é que eles queriam observar como o pessoal tinha
retornado; e também o de proporcionar uma reposição de energia
necessária a jovens de nossa idade, em vista do sacrifício de uma noite
inteira sem dormir e com alimentação muitas vezes precária.
João Ribeiro da Silva Neto
Do livro "O Big Brasa e minha vida musical" (1999)
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