quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Música - um dom de Deus


Música - um dom de Deus



Por circunstâncias da vida, aos 28 anos de idade, vivendo totalmente dedicado à música,  tive que mudar radicalmente de profissão, para uma área de atividade totalmente diversa da que eu atuava. Prestei um concurso público realizado em âmbito nacional para o cargo de Analista de Informações. Ao ser chamado, assumi de imediato o cargo de Analista de Informações do Ministério do Trabalho, sendo lotado na Assessoria de Segurança e Informações da Delegacia Regional do Trabalho, no Ceará. Isto significou para mim poder trabalhar efetivamente para o bem do Brasil e participar de uma estrutura de Inteligência muito importante para a Nação.

Por me envolver integralmente para o bom desempenho nessa atividade, tive praticamente que deixar a música. Pelo meu temperamento, como não podia exercer as duas profissões ao mesmo tempo, em virtude dos horários não compatíveis, dentre outros fatores, me senti um pouco frustrado e decidi até mesmo vender todos os meus instrumentos musicais, para que pudesse esquecer mais facilmente. Não sobrou em casa nem um violão, para marcar presença. O impacto inicial, com a falta da música, foi marcante, mas foi diminuindo pouco a pouco, compensado talvez pelo orgulho do nosso emprego, em servir à pátria de uma forma tão importante, conforme considero. Mas no íntimo a música nunca deixou de estar presente.

Lutei e me esforcei ao máximo para aprender a nova profissão e assim, ser um bom Analista de Informações. Minha dedicação foi extrema. Voltei a ler muito, como nos tempos de infância, só que desta vez para adquirir embasamento mais profundo, de modo particular sobre múltiplos aspectos da conjuntura regional e nacional. O tempo foi passando e eu consegui chegar ao topo da nova carreira, com cursos de formação e de aperfeiçoamento em alto nível  na Atividade de Inteligência. A diferença entre as duas profissões era significativa. Se como músico eu desejava e necessitava aparecer, fazer sucesso em todos os segmentos possíveis, como Analista de Informações tinha que manter um comportamento reservado, peculiar à natureza dos serviços executados.

Alguns anos mais tarde encontrei-me com a Ana Maria Porto “Nininha”, nossa amiga de Messejana, professora de música e regente, à qual me passou um tremendo “carão”. Após ter comentado meu afastamento da música e de eu ter lhe explicado os reais motivos, disse ela, sorrindo e apontando o dedo para mim:

- Olhe, você recebeu um dom de Deus e não está aproveitando como Ele deseja. Você ainda vai pagar caro por isso!  

Aquilo que a Nininha disse me fez refletir muito sobre o assunto. Comentei com a Aliete, em casa, e depois de alguns dias resolvi comprar novamente um violão para “voltar a forma”. E assim foi o recomeço. Após a aquisição desse violão, comprei um órgão eletrônico, amplificador, microfone e... Voltou tudo de novo, com a diferença de que a música, dali por diante, teria que ser amadoristicamente. E minha vida ficou mais completa em decorrência dessa atitude. A Nininha estava certa e a ela eu agradeço o comentário a mim dirigido. A música é efetivamente um dom de Deus que não pode ser desprezado. E assim tenho feito, dentro de minhas limitações, procurando utilizar a música como forma de lazer e de entretenimento sadio para mim, para nossa família, amigos e colegas. Hoje em dia toda a nossa família gosta demais de música e meus filhos Alberto Neto e Cristiane sempre que têm algum tempo cantam e tocam violão e teclados.

João Ribeiro da Silva Neto

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