quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Big Brasa e suas apresentações


O Big Brasa e suas apresentações



NO INTERIOR DO CEARÁ
 
O Big Brasa esteve presente em muitos municípios cearenses, para animar festas de inauguração, bailes de formatura e outros eventos, nos quais sempre foi muito bem recebido. Certas vezes, encontrávamos faixas e cartazes pela cidade ou em frente ao clube local, dando boas-vindas ao conjunto, além da recepção feita pelas fãs e curiosos. As viagens do conjunto eram sempre animadas em razão do alto astral da turma. Depois dos bailes, quando o grupo estava de volta para Fortaleza, elas se tornavam cansativas, pelo percurso e acomodação nos transportes.

MUITOS CONTRATOS, MESMO SEM EMPRESÁRIO

O Big Brasa nunca teve empresário. Muitas festas ao longo de sua existência naturalmente foram intermediadas por empresários, os quais cobravam 10% do valor do contrato. Mas empresário próprio nunca chegamos a ter. 

Os contratos que o Big Brasa conseguia vinham de quem realmente queria nosso conjunto pela qualidade. Para vir até a sede do conjunto não era fácil, levando-se em conta a distância de Messejana para Fortaleza, o  tempo que se gastava no percurso pela antiga BR-116 e as dificuldades de comunicação, pois no início não tínhamos telefone (coisa rara em Messejana nos idos de 1967), conforme já comentamos.

Nas cidades do interior, quando chegávamos, a rotina praticamente era a mesma. Encontrar o clube ou o local da apresentação, retirar todo o equipamento dos transportes e montar tudo, deixando os instrumentos no “ponto de bala” para a festa, com os amplificadores e caixas devidamente testados, guitarras afinadas, tudo pronto, de maneira que a gente pudesse chegar apenas a alguns minutos do início da função. Em seguida nós íamos tomar banho, jantar e nos arrumar para o retorno ao clube. Não podíamos demorar nessas etapas, para não perder o horário. Aí é que vem a responsabilidade. Eu controlava os horários, ficando de olho na turma, para que alguém não se atrasasse. Isso numa boa, sem mandar fazer nada.

As hospedagens sempre foram simples, mesmo porque o interior do Ceará, exceções à parte, não dispõe de bons hotéis ou pousadas. Na maioria dos contratos o conjunto se hospedava em um hotel ou pensão de classificação “sem estrelas”, onde nos preparávamos para o baile. 

Durante toda a existência do Big Brasa consegui manter a liderança sobre o grupo de forma bem democrática, sem nunca precisar alegar ser dono do equipamento ou coisas desse gênero. Na realidade eu nunca me senti dono do conjunto e sim um guitarrista e companheiro de trabalho dos demais integrantes. Nos momentos em que tive que tomar decisões difíceis, em nome do Big Brasa, não hesitei. De forma certa ou errada mais decidi. Quando o assunto envolvia todo o pessoal a turma era consultada, para decidir sempre com base na maioria.

Entre os municípios cearenses que o Big Brasa se apresentou estão: Aquiraz, Aracati, Baturité, Canindé, Cascavel, Caucaia, Crateús, Guaiúba, Horizonte, Ipueiras, Itapagé, Maranguape, Maracanaú, Massapê, Mombaça, Nova Russas, Pacajus, Pacatuba, Pacoti, Pindoretama, Quixadá, Quixeramobim, Redenção, Russas, São Benedito, Sobral, Tianguá, Umirim e Várzea Alegre.

AS VIAGENS PARA FORA DO ESTADO

Os contratos do conjunto para fora do Estado não foram muitos, porém todos eles marcantes. O Big Brasa esteve nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e Piauí. Como músico “free-lancer”, além disso, estive também em Campina Grande, Estado da Paraíba.

No Maranhão, por exemplo, tocamos muitos bailes, em boas temporadas realizadas em Balsas, Carolina e Caxias e São Luís. As fotos seguintes são ilustrativas desse período.

-      As festas tocadas em Caxias
 
Estivemos em Caxias em 1968, para três apresentações, ainda sob a orientação de meu pai Alberto. A primeira na União Artística Caxiense, depois na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB) e por último no Balneário Veneza. Fizemos uma rápida apresentação na residência do prefeito local, que nos recebeu para um jantar. A presença de fãs foi uma constante, inclusive com solicitação de autógrafos e fotografias. Nessa época participavam do Big Brasa o Carló, Adalberto, Edson, Severino, Getúlio e eu.

Nota da imprensa local sobre essa temporada dizia:

“Encontra-se em nossa cidade, procedente de Fortaleza, o vitorioso Conjunto Musical Big Brasa, em excursão artística de divulgação da música moderna. Composto de cinco músicos, todos pré-universitários, membros de destacadas famílias da sociedade alencarina, os jovens intérpretes do iê-iê-iê estrearam ontem em animado baile realizado na sede da União Artística Operária Caxiense, quando tiveram oportunidade de empolgar os numerosos convidados com uma verdadeira apoteose de sons e ritmos, que bem os recomendam como um dos melhores conjuntos do gênero que nos têm visitado. Além de ser equipado com um instrumental dos mais modernos, o conjunto agrada e faz vibrar a todos pela vivacidade que executa o seu variado repertório”.

Imaginem que o Big Brasa ainda usava amplificadores de pequena potência e a velha bateria. Apenas as guitarras já tinham sido substituídas por outras mais modernas, de marcas Gianinni e Phelpa, modelos “Apache” e “Coronado”. 

-      Um verdadeiro “ladrão” na guitarra

Em Caxias, fiquei conhecendo algumas das diversas expressões usadas pelos maranhenses. Durante um dos intervalos das festas que o Big Brasa tocava, um grupo de pessoas estava reunido em torno da mesa reservada para o conjunto, quando ouvi uma delas dizer para a minha mãe, o seguinte:

- Minha Senhora, o seu filho é um verdadeiro “ladrão” na guitarra!

Fiquei prestando atenção no que ele dizia, percebendo que referia-se à maneira que eu tocava a guitarra, principalmente por ter usado, em um improviso, um efeito interessante, tirado com a utilização de um copo, passando pelas cordas, cujo som se assemelhava ao de uma guitarra havaiana. 

O que de outra forma seria uma qualificação triste, para se ouvir a respeito de um filho, para ela, a Dona Zisile, soou como música, pois o emprego da palavra “ladrão”, nesse caso, significava uma pessoa que executava bem aquele instrumento, um “craque” em sua arte. Uma expressão muito usada pelos maranhenses.  

Big Brasa em São Luís do Maranhão

Em 1968 o Big Brasa também foi contratado para tocar três festas em São Luís do Maranhão. Não sei bem como foi feito e nem com quem foi assinado o contrato. Lembro, com certeza, que tocamos no Casino Maranhense, no Lítero Clube e no Grêmio dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Maranhão. Pelo contrato para três bailes, receberíamos 600 mil cruzeiros, mais passagens de avião de ida e volta. Um contrato e tanto, visto que hoje em dia apenas os grupos famosos conseguem contratos assim.

O Big Brasa nesse tempo era composto pelo Carló, Edson Belém, Edson Girão, Adalberto, (guitarristas-bases e vocalistas), Severino (baterista) e eu, “Beiró”, como guitarrista-solo. O Getúlio, meu irmão, mascote e pandeirista, também viajou conosco. Antes de partirmos fizemos umas fotos no Aeroporto Pinto Martins e outras logo que chegamos a São Luís.

Num dos bailes dessa temporada, no Clube dos Sargentos e Subtenentes da Polícia Militar, o organizador veio até nós solicitar que acompanhássemos  uma jovem cantora da cidade, de 15 anos, que tinha uma voz belíssima.

No meio da festa fizemos uma pausa e essa moça ensaiou rapidamente conosco para depois dar um verdadeiro show de voz, empolgando todos participantes. Ficamos sabendo muitos anos depois que essa cantora era nada menos que a Alcione, hoje famosa, filha de um daqueles militares. Ela estava vestida de branco, muito graciosa, e fez uma belíssima apresentação.

O Big Brasa, mais uma vez, em São Luís, teve contato direto com outro conjunto local que logicamente possuía contrabaixo. O contrabaixista nos mostrou o instrumento e até se propôs a nos emprestar o instrumento para a noite, se fosse o caso. Mas não tínhamos ninguém ainda capacitado para isso. E foi tudo daquele jeito, sem contrabaixo mesmo. Imaginem só como deveria ser: aquele som metálico e estridente de três ou quatro guitarras e uma bateria, sem o peso da marcação e do próprio som do contrabaixo.

-      A temporada de Balsas

Foi em 1968. O Conjunto Big Brasa era integrado pelo Dummar, Carló, Marcos Oriá, Severino e eu. Chegamos à cidade e foi aquele sucesso estrondoso.
 
A curiosidade e o desconhecimento de conjuntos faziam que surgissem confusões até mesmo de nomenclatura, quando um cara perguntou ao Mestre Alberto, logo após nossa chegada, se o nome daquele instrumento era “tarracha” ou guitarra. Ele quase morreu de rir do cara e lhe explicou direitinho, que o nome era mesmo “guitarra”. Seguimos do aeroporto de Balsas em cima de um caminhão, que rodou pelo centro e principais ruas de Balsas, acompanhado por outros carros (a maioria jipes), como uma “carreata”. O pessoal ficava olhando aquilo tudo, admirado e acenando das portas e janelas. Tudo aquilo foi realmente impressionante para nós e a responsabilidade pesava mais ainda, depois daquela recepção. Era o Big Brasa o primeiro conjunto com guitarras que iria se apresentar em Balsas. Daí se explicava toda aquela curiosidade.

Um panfleto circulou pela cidade, antes de nossa chegada, anunciando:
 
“A partir do dia 18 do corrente mês se encontrará em nosso meio o conjunto Big Brasa, autêntico representante da música popular moderna. Trata-se de um conjunto de jovens, onde figuram dois balsenses, e que vem alcançando grande sucesso no meio social de Fortaleza. Espera-se contar com o apoio integral do povo balsense para este acontecimento, que cumprirá uma dupla missão: recreativa e cultural”.

O pessoal todo estava entusiasmado com a nossa presença. Dentre os mais animados estavam o nosso primo Bernardino, o Gonzaguinha e o próprio Mestre Alberto. Depois seguiu-se a preparação do nosso “enorme instrumental” no clube. O problema maior era o som para a voz. Havia naquele tempo os “serviços de som” dos clubes, normalmente um amplificador muito fraco e ruim, com pouca potência e caixas de som também de péssima qualidade. na última hora uma das caixas pifou e quem “salvou a pátria”, substituindo um alto-falante defeituoso, foi um padre italiano de quem não lembro o nome. Mas assim mesmo o som não deixava muito a desejar...

-      E cordas de guitarra, tem mais por aí ?

Outro problema que surgiu nessa temporada foi o da falta de alguns acessórios, principalmente cordas para as guitarras. Nós não tínhamos experiência e falhamos ao não levar para Balsas vários encordoamentos de reserva. Resultado: a turma da mão pesada quebrou várias cordas. Desse “time” fazia parte o Dummar, que com suas batidas fortes, como fazia ao violão, bateu o recorde. Eu também não escapava quebrava disso e de vez em quando quebrava uma. Os encordoamentos não tinham a resistência como os de hoje. A solução, embora precária, foi comprar cordas de violão para substituir as das guitarras. Não tinham a sonoridade adequada, mas não tinha saída, foi o jeito utilizá-las. Vale aquele ditado: ruim com elas, pior sem elas. E demos uma verdadeira baixa nos encordoamento de violão no comércio local.

-      A acertada crítica do Leonizar sobre o conjunto

Ainda sobre a temporada de Balsas um fato merece citação com destaque. Soube-se que durante a apresentação do Big Brasa no Clube, na qual a platéia admirada aplaudia, com sucesso total, um músico da cidade (saxofonista), chamado Leonizar, comentou numa roda de amigos que naquele conjunto uma guitarra estava desafinada. Foi levado ao ridículo, por desconhecimento musical e pela empolgação daquela turma. Simplesmente não admitiam a idéia exposta pelo Leonizar.

Esta história espalhou-se por toda a cidade e o pessoal “tirou o couro” do Leonizar. Acontece que o único mesmo que estava com plena razão era o mestre Leonizar, dono de um “ouvido” fora de série, excelente músico, que simplesmente constatou uma grande verdade. Muitas guitarras estavam mesmo desafinadas e era uma confusão geral para acertá-las quando isso ocorria em virtude da precariedade dos instrumentos, das cordas (encordoamentos de violão) e da barulheira total. Esse fato serve para ilustrar que muitas vezes a razão é encoberta pela emoção.

-      Big Brasa em Carolina
 
Motivado pelas apresentações do Big Brasa em Balsas, um grupo de pessoas de Carolina, cidade próxima, que mantinha certa rivalidade com Balsas, logo se mobilizou, no sentido de contratar o conjunto para duas apresentações. Ainda mais, porque esta cidade tinha fama pelo seu bom nível cultural.

Depois do contrato devidamente acertado foram enviados dois pequenos aviões monomotores para nos transportar, daqueles que já levantam vôo “na emergência”, por terem apenas um motor. Imagine só, o Big Brasa viajando em dois aviões. Na verdade aquilo era um verdadeiro luxo para nós!

Ao distribuir nosso equipamento e o pessoal do conjunto nesses dois pequenos aviões, não houve espaço para o banco da bateria, o qual, por não ser desmontável, teve que ficar. Foi a primeira dificuldade.

Durante o vôo, o piloto do avião no qual eu estava, um pouco mais potente e veloz, disse que nós poderíamos logo avistar o outro, que tinha decolado um pouco antes. E com uns dez a quinze minutos ele nos apontou a outra aeronave, que estava voando do nosso lado esquerdo, a uns 300 metros de distância.

Teve ainda a “gracinha” feita pelo mesmo piloto, com relação a uma inocente pergunta feita pelo Getúlio:

- E avião também tem acelerador?

E o piloto prontamente respondeu:

- Tem... E empurrou um dos botões do painel para a frente, diminuindo toda a aceleração. O motor diminuiu a rotação e consequentemente o barulho, e aquele leve aviãozinho começou a perder altura. Só por alguns instantes, porque nós, imediatamente, pedimos para que ele acelerasse de novo.

Chegando em Carolina o Big Brasa foi muito bem recebido, ainda no aeroporto, e em seguida nos deslocamos para conhecer o clube local, testar e instalar nosso instrumental. A curiosidade e a admiração pelas guitarras era enorme, em virtude de ser total novidade naquela época, principalmente em uma cidade do sul do Maranhão. O caso do banco da bateria, que não coube no avião,  foi resolvido com uma cadeira, colocada em cima de um engradado de cerveja, de modo a ficar na altura adequada. O Severino teve que se arranjar desse jeito.

Surgiu um segundo problema: a tensão da rede elétrica oscilava bastante, por ser gerada através de uma usina local. Baixava muito dos 220 volts, prejudicando o funcionamento e a qualidade de som dos amplificadores. Tivemos que arranjar vários transformadores, de diversos tipos e capacidades variadas, cuja instalação ficou uma verdadeira “gambiarra” no palco. Mas o sacrifício para conseguir os tais transformadores, por parte de todos, acabou dando certo, no final de tudo.

Nas duas festas tocadas em Carolina, eu e o Carló fizemos apresentações, durante o intervalo, tocando de mesa em mesa, ao redor da pista de dança, com escaleta e violão. A música escolhida para aquela oportunidade foi “Les Marionettes”, ainda lembro. Fomos muito aplaudidos, o que de certa forma causou admiração ao meu primo Pedro Ivo, que lhe confidenciou ter estranhado “o povo de Carolina bater palmas daquela maneira”, tendo em vista que era de seu conhecimento que vários artistas de renome tinham se apresentado na cidade e não receberam tantos aplausos. Ainda bem que eles “desencalharam” em nossa vez.

Nosso retorno à Balsas  foi em vôo comercial, em uma aeronave bimotor, “DC-3”, da extinta Real Aerovias. Esse tipo de avião, muito utilizado pelas companhias aéreas naquele período, não era pressurizado e ouvia-se o ronco dos fortes motores bem alto, mesmo estando dentro da aeronave. Durante o trecho Carolina - Balsas, um dos músicos do conjunto resolveu dar uma de turista, pensando que o atendimento de bordo era de “primeira”. E perguntou a um comissário de bordo:

- Seria possível um pouquinho de leite?

O comissário, achando muita graça, disse com a maior cara de brincalhão:

- Você está vendo alguma vaca aqui dentro? Tem refresco de limão, lá atrás, pode pegar. Disse ele, apontando para uma torneirinha daquelas. Nesse vôo lembro que a turbulência foi enorme, em razão da baixa altitude, deixando uma parte de nosso pessoal meio atordoada. Na chegada em Balsas muitos amigos e conhecidos estavam nos esperando e nos recepcionaram com muita satisfação.

Foi muito divertido. A temporada valeu a pena por mais uma experiência para todos nós. 

-      Big Brasa em Recife

Em Pernambuco, o conjunto participou por duas vezes das finais dos Festivais Nordestinos da Música Popular, televisionados para todo o Norte e Nordeste. As transmissões via EMBRATEL, muito comuns hoje em dia, naquela época consistiam novidade e motivo de repercussão na imprensa, visto que apenas eventos de grande vulto mereciam tal destaque.  

-      Big Brasa em Teresina

No Piauí, o conjunto se apresentou mais de uma vez em Teresina e Parnaíba. Em Teresina ficamos hospedados na casa do tio Raldir Bastos, que juntamente com sua esposa, tia Hermelinda, nos recebeu de forma excelente e pudemos estabelecer um convívio com todos os meus primos. Em um dos bailes realizados em Teresina, no Clube dos Diários, lembro que durante o intervalo houve um show de um grupo musical da terra. Quando retornamos para a segunda parte do baile o Big Brasa “botou para quebrar”. O pessoal mostrou determinação para superar o tal grupo e conseguimos nosso objetivo.

O esforço para apresentar uma música de boa qualidade mais uma vez foi realizado. Nesse dia, por exemplo, durante uma pequena pausa senti que meus dedos da mão esquerda estavam latejando e doendo muito, em função de solos e improvisos executados e, quem sabe, por causa de encordoamentos velhos de minha guitarra. Tive a impressão que estavam sangrando. Logo que desci do palco, sem olhar para mão, derramei sobre os dedos primeiramente um pouco de guaraná. Vendo que estava tudo normal, apenas doloridos pelo esforço, fiquei mais tranqüilo e segui em frente até o final daquele baile, sem problemas.

-      Shows em Parnaíba, com o Ednardo

Em Parnaíba, fizemos dois shows com o cantor e compositor Ednardo, realizamos um show no SESC, seguido de baile no principal clube da cidade. Na primeira viagem o Big Brasa integrou uma caravana composta por apresentadores e artistas da TV Ceará.

Destaque especial para o show no SESC, onde o conjunto se apresentou de uma forma impecável e foi muito bem recebido por uma platéia calorosa e muitas fãs. Ao final da última música, uma senhora que estava na frente do palco, aplaudindo freneticamente durante o tempo inteiro, disse para mim que queria cortar um pedaço de minha orelha para ficar de lembrança! Já pensaram? Ela devia ser alguma parente do Mike Tyson para ter esse desejo...

Sobre esta mesma apresentação, vale também registrar que o conjunto teve dificuldades para deixar o palco, localizado no auditório, que ficava no segundo andar do prédio, em razão do verdadeiro assédio praticado pelas fãs. Eu e o Lucius, por exemplo, passamos entre muitas garotas que aproveitavam para nos abraçar, beliscar, beijar e pedir autógrafos, gritando freneticamente.

A televisão realmente exercia uma força de propaganda significativa para o Big Brasa no interior do Estado. De forma que podíamos estar com o grupo em qualquer condição, mas sempre fomos muitíssimo bem acolhidos.

-      Em Mossoró, com o “Big”

No Rio Grande do Norte, em Mossoró, o Big Brasa animou diversos bailes, dentre eles o da formatura do Carló como engenheiro agrônomo. Essa festa de formatura da Escola de Agronomia de Mossoró, a ESAM, foi um sucesso total. Havia uma predisposição para que isso acontecesse, em função do Carló ser muito conhecido na cidade (era chamado de “Big”, pelos seus colegas de turma e demais conhecidos). Todos os seus amigos se integraram a nosso grupo e o baile, que contou com presença de um grande número de pessoas, transcorreu dentro da mais absoluta normalidade.

João Ribeiro da Silva Neto
Do livro "O Big Brasa e minha vida musical" (1999)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua mensagem no Blog e participe desta época inesquecível dos Anos 60 e Jovem Guarda!